segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ciência como arte como design como história

Carl Zimmer é um escritor freelancer com especial atração pela ciência. Um belo dia quis saber se seus leitores tinham tatuagens e lançou a questão em seu blog. Nem ele esperava o resultado. Um desfile de imagens da ciência transformada em arte. E, por isso, belas narrativas visuais e pessoais.



A tatuagem aí de cima, por exemplo. É  do professor Sandeep Robert Datta, um neurobiólogo. Trata-se de uma molécula helicoidal de DNA. Mas também é uma declaração de amor para sua esposa.

Explico. Ou melhor, tento explicar. O DNA é o pontapé inicial da fabricação de proteínas. E as proteínas são formadas por um conjunto de aminoácidos. Até aí, tudo bem?

Pois bem. Entre o pontapé inicial do DNA e a construção da proteína é preciso, então, fabricar o aminoácido. Como isso acontece? 

Respire fundo e vamos lá: vê na foto um monte de tracinhos coloridos? Cada um deles representa uma base nitrogenada: guanina (na tatuagem é o traço verde, de green), adenina (traço amarelo, âmbar), citosina (traço azul, de ciano) e timina (traço vermelho, de tomate). Essas bases funcionam como um código para a síntese do aminoácido.

Rola um rompimento dessa fita dupla do DNA. E de algum forma que eu não entendo que não vale a pena explicar agora, cada sequência de três bases se transforma em um aminoácido. 

Existem 20 aminoácidos possíveis. Cada um é representado por uma letra. O glutamato, sabe-se lá porque, é representado pela letra E.

Alguma luz no fim do túnel? O DNA tatuado no braço do nosso neurobiólogo só poderá fabricar glutamato ou o aminoácido da letra E. E o nome de sua esposa é Eliza Emond Edlesberg. Sacou?

Zimmer juntou todas as tatuagens, todas as histórias e todas as declarações de amor pela ciência e dividiu-as em tópicos como neurociência, física, matemática, paleontologia e outros. Transformou-as em livro: Science Ink: Tattoo of the Science Obsessed.






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